segunda-feira, 8 de maio de 2017

Publicação da Universidade de Cambridge faz paralelo entre Globalização e "História da Comida"!



Desde as origens da agricultura há cerca de 11.000 anos até a propagação de Big Macs e de restaurantes chineses em todo o mundo de hoje a História da Comida é também a da Globalização, argumenta o co-editor de "A História Mundial de Alimentos de Cambridge" (2000), Kenneth Kiple. A obra se baseia em uma referência anterior onde descreve o surgimento de diferentes alimentos em várias partes do mundo e os inúmeros processos pelos quais eles se espalharam, misturaram e deram origem a novos filhos. Desde o "Chilli con Carne" ao "Mc Lanche Feliz".

É um conto fascinante que conta por exemplo sobre como a abertura da Estrada da Seda no século I a.C permitiu que o conhecimento da vinificação atravessasse do leste do Oriente Médio até a China enquanto a idéia de macarrão se movia na direção oposta. E ainda sobre como o "Intercâmbio Colombiano" de gêneros alimentícios entre Velho o Novo mundos foi o segundo em importância na história alimentar, apenas para a adoção da agricultura.

Vários temas emergem da caçarola histórica resultante. Através do tempo e do espaço, a comida sempre foi usada para delinear distinções sociais, seja em salas de jantar romanas ou "supermercados gourmet" modernos. A linha divisória entre alimentos e remédios sempre foi confusa. Novos alimentos são geralmente considerados com suspeita. Foi assim com as batatas na Europa do século 18. É assim com as culturas geneticamente modificadas agora no século XXI.

Mas hoje, depois de dez milênios da globalização dos alimentos, estamos vivendo no fim da história dos alimentos - uma época em que tudo está disponível em todos os lugares. Especiarias que uma vez comandaram preços exorbitantes e levaram os comerciantes a inventar grandes contos para obscurecer suas origens agora podem ser encontradas no supermercado. Tomates e milho do Novo Mundo eram desconhecidos para os romanos, mas agora são centrais para a cozinha italiana. A Índia é agora o maior produtor de amendoim, uma safra sul-americana. A China é o maior produtor de trigo, uma cultura do Oriente Médio, e de batata, originalmente da América do Sul. O Brasil domina a produção de café, originalmente da Etiópia, e de açúcar, originalmente da Nova Guiné. É globalização em uma "tigela".

O livro de Kiple cobre uma enorme quantidade de áreas e, como qualquer guisado, pode ser um bocado grumoso às vezes. Mas ele está repleto de curiosidades curiosas: o uso de grãos de cacau como moeda; A domesticação acidental de centeio, aveia e várias leguminosas depois de engatar um passeio com trigo e cevada; As origens da Coca-Cola como um tônico da saúde. Dica: quem achar "A História Mundial da Alimentação de Cambridge" muito grande existe também um resumo, sucinto, muito mais "saboroso".

Traduzimos de artigo publicado no The Economist.

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